No entanto, há cerca de cinco anos, teve de parar de nadar devido a uma infecção crônica, que a fez perder a audição do ouvido direito. Isso a fez ficar completamente surda, já que, desde os 16 anos, não ouvia mais com o esquerdo, por causa da mesma infecção.
"Em 2018, as crises de asma começaram a ficar mais frequentes e mais fortes, e em março do mesmo ano, tive a primeira parada respiratória e fui intubada", explica. Depois disso, ela foi diagnosticada com a DPOC, e as crises, que já estavam frequentes, aumentaram e começaram a ficar ainda mais intensas.
DPOC
O médico pneumologista Alex Macedo explica que a DPOC é uma síndrome que engloba, basicamente, duas doenças: a bronquite crônica, que é a tosse crônica acompanhada por uma secreção clara por mais de dois meses; e o enfisema pulmonar, que é a destruição dos pulmões por inalação de alguma substância agressiva ao órgão.
"Cerca de 90% dos pacientes que têm a DPOC foram fumantes ou ainda estão fumando. A principal causa de inalação é a de fumaça de cigarro. A segunda causa mais comum é a de fumaça de madeira vegetal, que pode levar a uma lesão parecida com a do cigarro", relata. O especialista ainda afirma que isso acarreta em uma inflamação dos pulmões, que causa a destruição do órgão.
"À medida em que você vai perdendo a capacidade pulmonar, você vai deixando de ter áreas que fazem troca de oxigênio. Em algum momento, vai tendo aquele cansaço para fazer qualquer atividade. Depois, vai baixando a quantidade de oxigênio no sangue, e você começa a ter que fazer uso de oxigênio domiciliar", esclarece Macedo. Ele ainda destaca que são raros os casos em que a asma resulta na doença pulmonar obstrutiva crônica.
O caso da enfermeira aposentada é justamente um desses episódios raros, segundo Vanessa. "Eles [médicos] falam que, normalmente, dá a partir dos 65 anos, e eu fui diagnosticada aos 37, e também pelo fato de eu não ser fumante", afirma.
Mudança de vida
Após descobrir a doença e ter uma nova parada respiratória, em fevereiro de 2019, ela foi orientada pelos médicos a se mudar. "Morava em Ribeirão Preto [interior de São Paulo], mas, por conselho dos médicos, precisava me mudar para uma cidade onde a umidade do ar fosse mais alta, na tentativa de diminuir as crises", explica.
Então, ela decidiu seguir para Praia Grande, onde passou a ter mais qualidade de vida. No entanto, em dezembro do ano passado, pegou Covid-19, e sofreu uma nova parada respiratória, que a fez necessitar do uso de oxigênio domiciliar 24 horas por dia. Vanessa usa um cilindro antigo de oxigênio, o que a impossibilita de sair ou ter mobilidade em casa.
Agora, ela luta para conseguir comprar um concentrador de oxigênio, que tem função equivalente aos cilindros de oxigênio, porém, não necessita de recarga. O aparelho capta o ar atmosférico, concentra e encaminha aos pulmões do paciente, e por ser portátil, é de fácil instalação. O equipamento custa pouco mais de R$ 20 mil.
Para conseguir comprar, ela criou uma campanha na web e já arrecadou cerca de R$ 10 mil. "Sempre fui muito ativa, trabalhava e treinava crossfit. Agora, só saio de casa para ir ao médico, e a ambulância me leva. Com esse aparelho, eu teria uma qualidade de vida melhor", finaliza.
Com informações do site: PORTAL SBN
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