Foto: Reprodução
A luta para viver começou cedo para o bebê Théo Izaquiel dos Santos, de apenas quatro meses, de Sorocaba (SP). Nascido de forma prematura, com apenas sete meses e 1,105 quilos, o bebê ficou cerca de 67 dias na UTI Neonatal. Neste período, chegou a ser intubado duas vezes até receber alta no dia 20 de julho.
Um mês depois de deixar o hospital e ainda se recuperando do nascimento prematuro, Théo precisou ser internado novamente e iniciou uma nova luta pela vida, desta vez por causa da Covid-19. Poucas horas após dar entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular, precisou ser intubado e passou pela batalha mais intensa para sobreviver ao novo coronavírus.
Ao g1, a mãe Késcilly Ribeiro dos Santos, de 29 anos, explica que Théo rejeitou o leite materno quando nasceu, ao contrário do irmão gêmeo Arthur.
Vacinada com as duas doses contra a Covid-19, ela acredita que este fator pode ter ocasionado a contaminação pelo coronavírus em Théo, que não adquiriu os anticorpos vindos com o leite materno para se proteger da doença, conforme sugerem estudos divulgados com as vacinas CoronaVac e Pfizer, únicos imunizantes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a serem aplicadas em gestantes e puérperas.
"Eu tomei as duas doses da vacina durante a gravidez, mas o Théo, quando nasceu, não mamava no peito e tínhamos que dar uma fórmula infantil na mamadeira. Ele não conseguiu os anticorpos vindos do aleitamento materno e da vacina, ao contrário do Arthur, que tomou o leite materno e não pegou Covid, assim como eu", diz.
"Por aí vemos o poder da vacina somada a amamentação. Infelizmente ele acabou sendo internado no dia 1 de setembro e horas depois de ir pra UTI, apresentou saturação baixa e foi intubado", relata.
Théo passou cerca de nove dias intubado, lutando com todas as forças pela vida. No dia 9 de setembro foi extubado e pôde receber a visita da mãe no dia 11, aniversário dela, após muita expectativa e ansiedade para reencontrar o filho. A tristeza pela ausência de Théo só não foi maior, pois o gêmeo Arthur esteve em todos os momentos com Késcilly.
"Eu só chorava o tempo todo, tentava me manter firme para não prejudicar a amamentação do Arthur, o que me dava força era o Arthur aqui comigo. Fazia chamada com os médicos e eles mostravam o Théo intubado e a aparência estava totalmente diferente, ele estava inchado e cada ligação era um choque pra mim".
"Consegui visitá-lo apenas no dia 11, que era o meu aniversário, após muita insistência e uma grande paramentação. Precisava cuidar dele e mostrar que estava ali, que não iria deixá-lo sozinho", lembra.
Nova intubação
Quatro dias depois, um novo choque afligiu a mãe de 29 anos. Théo teve uma piora no quadro clínico, após sofrer uma parada cardíaca, seguida de convulsão, pneumonia e anemia, precisando de doação de sangue.
A equipe médica optou por intubá-lo novamente. A partir daí, o bebê passou por uma nova luta pela vida e a fé de Késcilly foi intensificada, ao ponto de médicos relatarem que só um milagre salvaria a vida de seu filho.
"Sofri um novo choque. Cada intubação que ele teve desde o nascimento me impactou muito. Era a quarta intubação em quatro meses de vida. Em uma fase da internação, um médico chegou em mim e falou que só com muita oração o Théo seria salvo. Não faltou fé e oração minha e de minha família e graças a Deus, ele ouviu nossas as preces e fez um milagre na vida do Théo e na minha. Desde a UTI Neonatal ele já é um milagre por conta de várias intercorrências que aconteceram com ele", relembra.
Volta ao lar
No total, Théo ficou 14 dias intubado e 27 dias internado em um hospital particular de Sorocaba. O 'pequeno guerreiro' recebeu alta na terça-feira (27), sob muita emoção, abraços e palmas, e agora se recupera em casa. Para Késcilly, tudo que viveu trará grandes lições de vida.
"Percebo no comportamento que ele ainda não esta 100%. O Théo ainda tem um pouco de dificuldade para respirar. Por conta do tubo, ele vai ficar com esta dificuldade por um tempo e comparando com a situação que eu vi, ele está muito melhor, já está até brincando".
"Ele é um guerreiro desde que nasceu e não tenho dúvidas que ensinou muitas lições, como parar de reclamar de coisas pequenas. Ele sair vivo depois de tudo que aconteceu, não tem outra palavra para definir que não seja milagre", finaliza.
Com informações do site: G1
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